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Para uma ética da escuta filosófica: a historicidade de um pequeno filósofo clínico
O nascimento da Filosofia Clínica traz em seu berço o legado espiritual de um pensamento ético. A alvorada dessa filosofia terapêutica reúne luzes de toda a história do pensamento para compor e inaugurar o seu próprio conceito filosófico da condição humana frente aos seus desafios existenciais. Recolhe desde elementos teóricos e metodológicos das heranças gregas, passando pelos paradigmas humanistas da modernidade, até os filósofos do mundo contemporâneo, convidando a refletir sobre as bases antropomórficas da atual crise de ressignificação da humanidade. Estrada percorrida e norteada pelo empenho da descoberta, da criação e do desenvolvimento da autenticidade do ser. Poeticamente traduzida como um ato de amor ao próximo, a clínica filosófica é instaurada pelo esforço do filósofo em se aproximar daqueles que lhe solicitam orientação existencial nos espaços da terapia. Caminho percorrido seja na esfera privada das individualidades, seja na esfera pública das organizações coletivas ou na dimensão sistêmica da natureza e do transcendente. Estudos narrados em estilo intimista com mesclas de análise dissertativa dos temas apresentados e descrições psicológicas sui generis do discurso objetivo. A Filosofia Clínica percorre a historicidade da pessoa no intuito de exemplificação, esclarecimento e ponte entre as instâncias tradicionais da academia e o universo psíquico das experiências pessoais. É disso que se trata esse capítulo.